Mantida essa tendência, Elmar deve se consolidar com uma força colateral na esfera política baiana. Apesar de aliado do grupo de ACM Neto e "inimigo" declarado do PT local, o deputado flertou com os dois lados da cena local. O marco para a ascensão, no entanto, veio do episódio que colocou Lira como presidente da Câmara, enfrentando o então amigo de Elmar, Rodrigo Maia, que não poderia renovar o mandato e, ao invés de indicar o baiano (como ele esperava), apoio Baleia Rossi.
A conta desse racha entre Elmar e Rodrigo sequer recaiu sobre o deputado federal baiano. Quem pagou a conta publicamente foi ACM Neto, acusado pelo parlamento e pela imprensa de ter sido artífice da derrocada do então poderoso presidente da Câmara. Para quem conhecia um pouco da história baiana, sabia que o pato não era exclusivo do secretário-geral do União Brasil. Porém a pecha se encaixou e Elmar saiu quase ileso dessa briga.
Com Lira no poder, Elmar se tornou uma iminência parda da presidência. Ele passou a agir como negociador do alagoano e foi acumulando poderes, especialmente na liberação das antigas RP9 e da tramitação de projetos. O "superpoder" fez dele um hábil agenciador de deputados, tanto no âmbito federal quanto estadual. Daí surge o que os próprios integrantes passaram a chamar de "bancada de Elmar".
Com as portas abertas no Palácio do Planalto - e obrigatoriamente no Palácio de Ondina como consequência -, Elmar pode emergir como uma terceira força baiana, com mais intensidade do que o esforço feito por João Roma em 2022. Tanto ACM Neto quanto o PT devem ficar bem alertas. Principalmente a oposição, que pode vir a ser suplantada por ele. A "bancada de Elmar" é uma realidade e negá-la será um risco para as outras forças políticas da Bahia.