Se o nome de Robinson pouco andou nestes 20 dias, melhor sorte não tiveram os outros postulantes que também se apresentam como interessados no comando da terceira capital do país. O pré-candidato do MDB, Geraldo Jr., vice-governador do Estado, fez pouco mais do que marolas no período e a representante do PCdoB, a deputada estadual Olívia Santana, tampouco se movimentou a ponto de se constituir no pólo que a converteria como nome do grupo à sucessão. Para completar o cenário, mais um político se lançou como opção no tabuleiro do governo.
O deputado federal Antônio Brito aproveitou uma conferência realizada pelo PSD, para dizer com todas as letras acreditar que a disputa em Salvador no campo do governo passa por seu nome e fez certo. Num cenário de indefinição completa, em que não há sinais de que o assunto está sendo tratado com clareza pelas forças aliadas, colocar-se como alternativa pode representar uma chance de ocupar o vácuo e virar o jogo a seu próprio favor. A dificuldade para resolver o imbróglio reside na ausência de uma estratégia clara para solucioná-lo.
Como se sabe – e como já foi assinalado aqui algumas vezes – o candidato preferido da cúpula petista, em que se destaca a liderança do senador Jaques Wagner, é Geraldo Jr. O que não se descobriu ainda é como demover do desejo de disputar o petista Robinson, que viu na chance de representar o PT no processo eleitoral uma possibilidade de fortalecer seu nome com vistas não ao ano que vem, mas em relação a 2026, quando pretende disputar a eleição de deputado federal, e tem ao seu lado, defendendo o projeto de o PT concorrer agora, uma parte significativa da militância, além dos vereadores.
Portanto, a tarefa mais importante para provavelmente encerrar o capítulo da definição da candidatura é achar quem se encarregue de dizer a Robinson que ele, em prol da coesão do grupo, precisa apresentar um argumento para se retirar da disputa e abrir caminho para o lançamento, como nome da unidade, do candidato do MDB. Pelo visto, Wagner, interessado em se manter forte no PT, principalmente por causa da disputa de poder que hoje protagoniza com o ministro Rui Costa (Casa Civil), resolveu terceirizar a missão. Até Geraldo soltar a língua e colocar a perder, era o senador que pretendia pessoalmente fazer lá atrás.