Um dos maiores alvos de Lula e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, é o pagamento de dividendos aos acionistas pela empresa.
Os petistas defendem que parte do dinheiro deveria ser usado em novos investimentos da Petrobras. Em 2022, os dividendos bateram recorde, superaram os 200 bilhões de reais.
Um relatório da Controladoria-Geral da União, no entanto, rebate boa parte das críticas. O documento mostra que a remuneração não só seguiu “os requisitos legais e os normativos e parâmetros internos”, como não comprometeu a sustentabilidade financeira da empresa.
Em agosto, Lula anunciou que determinará a diminuição dos repasses aos acionistas. “A Petrobras entregou de dividendos mais de 215 bilhões, quando ela deveria ter investido metade no crescimento econômico deste país, na indústria brasileira, na indústria naval, na indústria de óleo e gás”, chegou a declarar.
Nos últimos anos, a Petrobras tem passado por um processo de desinvestimento que envolve 43 projetos, como a Braskem S.A, a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) e a Transportadora Sulbrasileira de Gás (TSB). A carteira de desinvestimentos supera os 22,4 bilhões de dólares.
A CGU alerta que a Petrobras, embora tenha reduzido o endividamento, ainda possui dívidas proporcionalmente maiores quando comparadas à geração de caixa de concorrentes.
Novos investimentos, atenta-se a CGU, podem dificultar a recuperação do grau de investimento perdido pela Petrobras durante o governo Dilma.
Lula também prometeu, ainda durante a campanha, alterar a política de preços da Petrobras, que hoje leva em consideração a paridade internacional. O relatório mostra que a política não afetou o caixa da empresa.
O documento faz ressalvas e recomendações às transações financeiras com as chamadas "partes relacionadas", como a Transpetro e a PBLOG (Petrobras Logística de Exploração e Produção S.A).