Logo no início do conflito, com a invasão de militantes do Hamas a Israel e o assassinato e sequestro de civis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu declarações nas quais não citou nominalmente o grupo e nem o classificou como terrorista. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que tradicionalmente, o governo brasileiro só considera um grupo como terrorista se ele for considerado dessa forma pela Organização das Nações Unidas (ONU). Essa classificação já foi dada a grupos islâmicos como Boko Haram, Al-Qaeda e Estado Islâmico.
Depois de ser criticado pela oposição por não classificar o Hamas como terrorista, Lula mudou sua abordagem nos últimos dias, e recentemente, afirmou que o grupo que defende a libertação da Palestina “cometeu terrorismo”, além de dizer que Israel reagiu de “forma insana” ao matar crianças na Faixa de Gaza. Apesar das críticas, a grande maioria dos entrevistados (85%) avaliou positivamente a iniciativa do presidente de conversar com líderes do Oriente Médio para garantir o retorno dos brasileiros.
Os mesmos 85% consideram um fator positivo o presidente Lula ter disponibilizado voos da Força Aérea Brasileira (FAB), e outros 72% enxergaram positivamente a prioridade dada pelo governo para a operação de resgate dos brasileiros que se encontram na região do conflito.
A pesquisa realizada pela Genial Investimentos em parceria com o Instituto Quaest teve outros pontos negativos para o governo do presidente Lula. Para 49% dos entrevistados, as viagens internacionais do presidente não têm trazido bons resultados para o Brasil. Outros 40% disseram acreditar que as viagens trazem bom resultado, e 11% disseram não saber ou não responderam.
Ainda em relação às viagens presidenciais, 55% afirmaram serem elas “excessivas”, e 37% responderam que são “adequadas”. Para 60%, o presidente se dedica mais do que devia às viagens internacionais, e 27% acham que Lula está certo em sua agenda no exterior. Até passar por uma operação no quadril e ficar três semanas em recuperação, o presidente Lula havia realizado 14 viagens internacionais e visitado 18 países neste ano de 2023.
Na área econômica, a pesquisa Genial/Quaest também trouxe más notícias para o presidente Lula e o governo. Para 49% dos entrevistados, o Brasil está indo na direção errada, enquanto 43% dizem considerar que o país caminha na direção certa. O levantamento mostra também que aumentou a quantidade de pessoas que enxergam uma piora na economia nos últimos 12 meses. Da última pesquisa divulgada em agosto para esta mais recente, aumentou de 23% para 32% a quantidade de pessoas que dizem que a economia do Brasil piorou.
Neste mesmo tópico, 33% responderam que a economia melhorou nos últimos 12 meses (esse contingente era de 34% na pesquisa anterior), e outros 33% disseram que não houve mudanças no cenário econômico no período especificado. Em relação à expectativa para os próximos 12 meses, 50% disseram acreditar que vai melhorar, 28% acham que vai piorar, e 18% afirmam que ficará do mesmo jeito.